Elisa Ohtake
peça para adultos feita por crianças
Peça Para Adultos Feita Por Crianças
Peça Para Adultos Feita Por Crianças é uma peça feita por cinco crianças aventureiras para uma platéia de adultos. As crianças atuam, dançam, vivem, passam por Hamlet, pelo transumano, inventam brincadeiras pra adultos contra a chatice, contra o antropocentrismo, contra a morte em vida.
Peça Para Adultos Feita por Crianças
Peça Para Adultos Feita Por Crianças é uma peça feita por cinco crianças aventureiras para uma platéia de adultos. As crianças atuam, dançam, vivem, passam por Hamlet, pelo transumano, inventam brincadeiras pra adultos contra a chatice, contra o antropocentrismo, contra a morte em vida. Inventam cosmobrincadeiras porque querem cosmopolíticas. Mergulham em Hamlet, ou seja, na apoteose da consciência humana, na entidade do mundo ocidental em crise, para aí sim poderem fazer estudos do transumano, de novas possibilidades do humano, da expansão da noção de humanidade. A diretora Elisa Ohtake olhou para as crianças shakesperianamente pra criar a peça. Cada criança pensa, atua, dança Hamlet a partir das próprias experiências de vida, a partir da condição singular de cada uma. O texto foi escrito juntamente com as crianças e Elisa respeitou o nível e o limite de entendimento que cada uma das cinco crianças tem do texto de Shakespeare, individualmente. A peça não é um trabalho sobre Shakespeare, nem sobre crianças, tampouco sobre adultos, mas sim um trabalho numa zona intermediária sobre a compreensão que crianças têm de Hamlet e do transumano especialmente para adultos assistirem.
Existem âmbitos de Hamlet nos quais, obviamente, crianças não penetram, não entendem ainda. Até para adultos Hamlet não é de todo compreensível, ele bruxuleia. Por isso, a participação de Pereio em algumas apresentações da peça, grande ator aparentemente oposto ao mundo infantil, é crucial.
Os ensaios de Peça Para Adultos Feita Por Crianças oscilaram entre brincadeiras livres e laboratórios artísticos. Cada criança se identificou com Hamlet a sua maneira e elaborou suas próprias questões conversando com Hamlet, convivendo com o grupo, evocando o transumano e brincando muito. Elisa Ohtake tentou criar um ambiente potente para suas vitalidades virem à tona. O grupo é divertido, amoroso e muito unido. Os ensaios duraram um ano e meio, sem patrocínio algum, somente com o financiamento coletivo no Catarse, mas nunca houve desânimo, pelo contrário, Elisa e as cinco crianças fizeram a dificuldade se transformar em novas forças, juntos de verdade em tempos catastróficos, obtusos e medrosos como o nosso.
“Que projeto dramático poderá abarcar Hamlet? Como representar um novo tipo de ser humano, especialmente, um ser humano com a autenticidade e o desprendimento de Hamlet?”
Harold Bloom
Créditos
Concepção e direção: Elisa Ohtake
Dramaturgia: Elisa Ohtake + elenco
Elenco: Davi Hamer, Felipe Bisetto, Joana Fix Arantes, Michel Felberg, Vitória Reich
Performance especial: Paulo Cesar Pereio
Assistente de direção: Camila Urbano
Cenário: Elisa Ohtake + elenco
Figurinos: Elisa Ohtake + Cesar Rezende
Objetos de cena: Elisa Ohtake
Luz: Padu Palmerio e Vini Hideki
Som: Luisa Jaffé
Contra regras performáticos: Jonas Lumazini, Victor Abrahão, Luisa Jaffé
Cenotecnia: Cesar Rezende
Fotos: João Caldas
Vídeo: Mariana de Melo, Joaquin Castro, Gui Leandro, Felipe Gonçalves
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro
Produção: Stella Marini e Elisa Ohtake
Provocadores antropológicos/artísticos pra lá de incríveis: Moara Passoni, Stélio Marras, Cesar Resende
Colaboradores singulares emocionantes: Zeca Moura, Miguel Chaia, Nani de Oliveira, Helena Katz, Cassandra Mello, Maria Cecília Almeida e Silva, Luaa Gabanini, Mariana de Melo, Joaquim Castro, Gui Leandro, Cella Azevedo, Felipe Gonçalves, Cristian Duarte, Casa do Teatro, Ligia Cortez, Luciana Barbosa, Leozinha Pelliciari, Suzi Ramos, Jonas Masetti, Vandilma Soares, Vanusia Soares, Verenna Campos, Lucas Godoi, Adriana Monteiro, João Caldas, Gustavo Vellutini, Vitória Cohn.
Agradecimento infinito a Thais Hamer, Arthur Hamer, Mariana Fix, Pedro Arantes, Rose Reich, Frederico Reich, Sandra Oliveira, Alessandro Bisetto, Priscila Felberg, Rodrigo Felberg
olhares críticos
“A linguagem da obra, o modo como Elisa dispõe e aborda temas filosóficos de alta densidade – transhumano, antropoceno, antropocentrismo — que faz da montagem uma experiência singular e bem-sucedida na sua amálgama de ciência, filosofia e teatro.”
Luiz Felipe Reis – FIT Rio Preto
“Peça Para Adultos Feita Por Crianças é uma das melhores peças de teatro que vi nos últimos tempos. Inteligente, original, atrevida, filosófica e lúdica ao mesmo tempo – mas eis o essencial: embora feita por crianças, livra-as da infantilização a que são submetIdas, e nos livra da infantilização a que nos submete o teatro hoje. Poucas peças mostram a tal ponto o processo pelo qual foram laboradas, revelando o pensamento em estado de criação.”
Peter Pál Pelbart - filósofo e professor na PUC-SP
“Elisa Ohtake atualiza Shakespeare para pensar no atual momento de crise (permanente) do mundo ocidental e da vida abafada da difícil sociabilidade. A peça é uma experiência surpreendente, apaixonante e comovente interpretada por um grupo de crianças como se fosse a primeira audição magnífica da obra de William Shakespeare. Sente-se o século XXI como a época geradora do texto. No melhor do sentido propiciado pelo Filosofia Trágica, a alegria e a espontaneidade do texto e dos pequenos, mas grandes, atores produzem em nós o desejo de um devir criança, no qual o fluxo da vida passe a ser norteado pela leveza e pela potência do desejo de existir. A peça é um acontecimento atravessado pela afetividade e cumplicidade de diretora e atores.”
Miguel Chaia, prof. doutor de Shakespeare e Política na PUC-SP pós graduação.
“Em Peça Para Adultos Feita Por Crianças, crianças mandam o seu recado. E não estão para brincadeiras. Para elas, o mundo egoísta, antropocêntrico e dominado por seres humanos autocentrados deu errado. Elas querem crescer para se tornarem adultos capazes de olhar para todos os outros seres, inclusive os invisíveis e os inanimados. Querem integração geral ao universo. Querem solidariedade universal. O recado é transmitido através das mais variadas linguagens e técnicas teatrais. Eis uma experiência valiosa para todos, artistas, técnicos, diretora e público.”
Iná Camargo Costa
“A assinatura de Ohtake, com inventivas composições cênicas e carpintaria da dramaturgia, é evidente, mas “Peça Para Adultos” se potencializa na presença singular de cada uma das crianças. De caráter performativo, a encenação explora seu processo. As aproximações a Hamlet representadas pelas crianças, partindo do entendimento de cada uma sobre a obra, demonstram a seriedade de seus olhares.”
Amilton de Azevedo – FOLHA DE S. PAULO
“Que peça é aquela? Peça? Muito pouco chamar de peça. Como já disseram antes, é um acontecimento. Não se enquadra em gênero, em manuais de dramaturgia, em linguagens estabelecidas. O resultado é impactante, inacreditável, surpreendente, fora de qualquer casinha, fora de qualquer modelo já visto. De tirar o fôlego. De encher o peito de esperança. O teatro ainda tem chaves e portas a se abrir, experiências a se explorar, um futuro a se perseguir. (…) É uma trans-peça, uma vivência inesquecível tanto para quem está no palco como para quem está nas poltronas. Que venham novas temporadas. O teatro precisa dessa fresta aberta aqui por Elisa Ohtake. Uma janela para o futuro. Ah, que sopro de esperança. Ah, quanta estripulia que só o teatro é capaz de promover!”
Dib Carneiro Neto
“No palco, as crianças se colocam não como crianças, no sentido infantil, mas como indivíduos que, tendo suas próprias idades, são sobretudo a afirmação do instante. O espetáculo é especial também ao próprio interesse do teatro, pois o reinventa, areja, respira. Elisa Ohtake mais uma vez destrincha as entranhas da linguagem para elencar o imprescindível. Um espetáculo especial, urgente, único e que deveria servir de estímulo a todas as salas familiares onde houver uma criança, nesse país em perigo. O ano termina nos convidando a brincar, morrer e nascer outros, ao invés dos meros argumentos políticos, sociais, culturais, humanos e chaaatttoooosss de sempre. Até que enfim.”
Ruy Filho
“Com a dramaturgia focada na representação fraturada pela realidade e a ficção, a montagem de Peça Para Adultos Feita Por Crianças é uma das inesperadas e surpreendentes performances atualmente em cartaz”
Celso Faria- blog Urbanidade
“Os cinco atores representam Hamlet de maneira reveladora, exposta.”
Nelson de Sá – FOLHA DE S. PAULO